A técnica de storytelling pode ser definida como contar histórias utilizando elementos da narrativa para cativar e comover o leitor. De acordo com especialistas, é mais fácil recordar de algo associado a um contexto e que tenha alguma importância emocional.
Assim, essa técnica é muito utilizada pelos profissionais de marketing pelo fato das pessoas gostarem de ser envolvidas com histórias que emocionam e sejam relevantes, de forma que o leitor fique interessado no assunto que está sendo relatado.
Neste texto, vamos te explicar o que é o storytelling, a técnica Jornada do Herói de acordo com Joseph Campbell, como ele pode ser aplicado na sua estratégia de marketing e exemplos dessa prática que deram certo.
Afinal, o que é storytelling na prática?
O conceito é simples e foi definido logo acima: a arte do storytelling se baseia em contar histórias que emocionam e engajam o leitor.
Sabe aquele texto de determinada marca que você leu e sempre lembra? Ou aquela propaganda de televisão que te marcou e até te fez chorar? Isso é storytelling.
Dessa forma, é importante ressaltar que ser lembrado é o objetivo de todas as marcas que fazem parte do nosso dia a dia e, por isso, elas sempre irão tentar nos cativar com histórias para que não caiam no esquecimento.
Portanto, o storytelling precisa lançar mão de técnicas para reter a atenção de leitor, puxando a narrativa para a comédia, o drama, a ação, a tragédia ou qualquer outro artifício que seja capaz de despertar a atenção do público.
A Jornada do Herói – Joseph Campbell
O escritor e estudioso de mitologia Joseph Campbell definiu o que chamamos de Jornada do Herói, uma técnica para contar histórias cujo objetivo é mostrar o percurso da transformação de um indivíduo durante a sua trajetória heróica.
Essa técnica, por sua vez, é amplamente difundida e utilizada por roteiristas e redatores para contar uma história que mostra as fases que uma pessoa teve que percorrer para atingir determinado objetivo.
Ele estabelece doze passos a serem seguidos durante a Jornada do Herói, são eles:
- Mundo comum: é o primeiro estágio da jornada, no qual o indivíduo vive na sua realidade normalmente;
- Chamado à aventura: aqui, um problema ou conflito é apresentado e o personagem é incitado a iniciar a sua jornada;
- Reticência do herói: por medo ou insegurança, o herói recusa o chamado de aceitar o desafio proposto;
- Encontro com o mentor: o herói encontra-se com alguém que será o seu mentor, que o ajudará a aceitar o seu chamado, além de treiná-lo para o desafio;
- Cruzamento do primeiro portal: neste momento decisivo, o herói deixa sua rotina e aceita o desafio, iniciando efetivamente a sua jornada;
- Provações, aliados e inimigos: é o momento que o herói enfrenta provas, testes, inimigos e, também, encontra aliados;
- Aproximação: o herói é bem-sucedido na sua primeira missão;
- Provação traumática: é o momento que o herói precisa decidir se vai ou não enfrentar o maior desafio, demonstrando sentimentos como insegurança, medo e tendo uma crise antes de encarar o chamado;
- Recompensa: o herói enfrentou o desafio, saiu vitorioso e ganha a sua recompensa;
- O caminho de volta: com a missão cumprida, o herói pode voltar para o seu mundo;
- Ressurreição do herói: um novo desafio surge e o herói precisa lutar novamente, utilizando todos os recursos disponíveis e aplicando o que foi aprendido durante a sua jornada;
- Retorno transformado: já no seu mundo, o herói pode viver sua vida de forma diferente, fazendo uso da recompensa e dos conhecimentos adquiridos durante a jornada.
A partir disso, é possível reconhecer muitos filmes ou seriados que foram propostos a partir dessa técnica, como O Senhor dos Anéis, Matrix, Procurando Nemo, Karate Kid e outras produções cinematográficas.
Além disso, o interessante da Jornada do Herói é que ela pode ser aplicada nos mais variados contextos e adaptada conforme o seu interesse, a sua história e a mensagem transmitida.
Como aplicar o storytelling na sua estratégia de conteúdo
Agora que já temos em mente uma das técnica utilizadas para contar histórias, vamos entender como incorporar o storytelling a sua estratégia de conteúdo.
Para aplicá-lo, é necessário que você entenda alguns conceitos que serão importantes para produzir uma história que realmente alcance o seu público e que faça sua marca ser lembrada.
Conheça o seu público
Assim, antes mesmo de você começar a pensar na sua história, é necessário que você conheça o seu público e como você deseja atingi-lo.
Através da definição de uma persona, por exemplo, pode ser mais fácil saber quem você quer que seja impactado pela sua campanha e quais os meios você irá utilizar para vinculá-la, visto que cada público pode ser atingido de diferentes formas em diferentes meios.
Além disso, conhecer a sua audiência te permite saber quais são os assuntos que mais a interessa, o que pode facilitar muito no momento de definir a sua mensagem.
Defina a mensagem que você quer transmitir
Tão importante quanto definir o seu público, é definir qual a mensagem você quer transmitir na campanha proposta.
Também, entender o que você quer falar através da sua história irá nortear o tom da sua campanha, o seu viés – cômico, trágico, de ação – e de qual forma você deseja impactar o seu público.
Ainda, compreender o contexto que a sociedade está inserida é bastante importante para contar histórias marcantes.
Por exemplo, nós estamos na era do empoderamento feminino. Se a sua campanha contar uma história que tenha esse foco, a chance de você engajar o seu público pode ser bastante alta visto a importância do tema para milhões de pessoas.
Por isso, na técnica de storytelling, é de grande relevância entender a sua mensagem, o cenário atual e o que você deseja transmitir com ela.
Crie personagens com personalidade
Uma dica valiosa para contar histórias que realmente sejam lembrados é a criação de personagens que tenham uma personalidade cativante.
Por isso, lembre-se: nunca produza um storytelling com personagens fracos e com uma personalidade rasa. O seu público não irá gostar e a chance da sua campanha cair no esquecimento é alta.
Sua história precisa ter começo, meio e fim
Para que o seu público entenda a sua história, ela precisa seguir um roteiro básico com um início cativante, um enredo que prenda a atenção e um final memorável.
Portanto, quando você for criar um storytelling, é importante que a sua história seja conexa e que faça sentido para o seu público e, ainda, seja interessante o suficiente para ele ler o texto até o final ou assistir o comercial por completo.
Pense fora da caixa
Ser criativo faz parte de todo o processo de storytelling. Para isso, você pode usar algumas técnicas, como referência em filmes ou músicas e se inspirar em ideias que fizeram sucesso.
Assim, para realmente criar uma conexão com o seu público é necessário, além de conhecê-lo, o surpreender de maneira positiva.
Ou seja, com um pensamento criativo, você pode criar histórias que sejam originais, envolventes e marcantes, que é o grande objetivo da técnica de storytelling.
– Você pode se interessar por: Bloqueio criativo: 10 dicas para se livrar desse problema.
Não utilize o storytelling de forma aleatória
Para pensar em um texto ou em qualquer produção de conteúdo que tenha como base contar uma história, você precisa estar atento para que essa técnica não seja utilizada de forma aleatória.
Por exemplo: se você quer escrever um texto para o seu blog com a metodologia de storytelling, é importante que ele seja pensado de forma coerente. Caso você opte por contar a história em apenas um trecho do texto, ela precisa ter uma ligação com restante para que faça sentido.
Ainda, é importante que você pense em um storytelling coerente para que o seu público assimile a sua história juntamente com o restante do conteúdo proposto.
Exemplos que deram certo
Para finalizar, vamos mostrar dois exemplos de campanhas que utilizaram o storytelling de forma eficiente e que realmente emocionaram o público.
Onde tem amor, tem beleza – Boticário (2019)
A campanha veiculada pelo grupo Boticário em 2019 é marcante e bastante famosa por emocionar quem a vê.
No comercial, as primeiras cenas mostram um idoso em um curso de maquiagem, mostrando todas as suas dificuldades e os desafios que ele teve que passar para estar ali.
Assim, conforme o vídeo passa, é possível entender a motivação dele em fazer o curso: maquiar a sua esposa que perdeu a visão ao longo dos anos e cumprir a promessa de que ela jamais perderia a vaidade.
A história do casal é contada de forma sucinta mas consegue cumprir os requisitos de um bom storytelling, passando uma mensagem emocionante e que, provavelmente, não será esquecida facilmente pelo público.
Quando um pai está presente, tudo se transforma – Bradesco (2019)
O segundo exemplo de campanha que fez um bom uso do storytelling é o comercial produzido pelo Bradesco para o Dia dos Pais.
Na história, um homem sai da sua rotina para ir até uma escola e ensina várias crianças a falarem “oi” na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Após essa sequência, é mostrado uma sala de aula cujo professor apresenta um estudante novo, Pedro, que, de forma muito tímida, cumprimenta todos com “oi” em LIBRAS.
Nesse momento, os colegas respondem também na linguagem de sinal, deixando a criança visivelmente alegre e o seu pai, na porta, olha emocionado para cena.
Logo, seja pela emoção ou pelo contexto social, a publicidade marca o público pela sensibilidade empregada, tornando-se mais um ótimo exemplo de como contar uma história que seja lembrável para os espectadores.
Ambas as campanhas citadas são extremamente elogiadas e, nos comentários, é possível perceber que as pessoas realmente se emocionaram.
Concluindo
Assim deve ser um bom storytelling: relevante socialmente e marcante para o público, independentemente da mensagem que se deseja transmitir.
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